Todo dia ela faz tudo sempre igual

terça-feira, março 07, 2006

E os dias passam, todos iguais, um atrás do outro. Em todos os dias faço exatamente as mesmas coisas, com pequenas variações. Me sinto cada dia mais envolvida nesta teia que me prende os movimentos e da qual não consigo sair. Me sinto tão presa, que chego a não ter vontade de fazer mais nada.

Nunca fiquei tanto tempo sem trabalhar. Nunca fiquei tanto tempo enfurnada dentro de casa. Nunca estive tão cheia de dívidas. Confesso que o desânimo me bateu e eu relaxei a procura. Depois de tantos "nãos", cheguei a perder parte da minha auto-estima e da minha esperança.

Não me sinto eu mesma sem minha independência. Não me sinto eu mesma quando dependo dos outros para tomar uma simples cerveja no bar ao lado ou comprar uma tinta para mudar a cor do meu cabelo. Não me sinto eu mesma quando penso que tenho quase 30 anos e ainda não tenho uma carreira, coisa que sempre tive. Não me sinto eu mesma sabendo que tão cedo não poderei ter o meu canto, para poder criar o meu filho do jeito que ele precisa e merece.

Eu sei, dinheiro não traz felicidade. E não falo por demagogia: falo porque sei que realmente não é garantia de que eu seria mais feliz se tivesse mais dinheiro. Mas o que eu preciso, primeiramente, é de um trabalho. O resto vem, são os frutos do que a gente planta. Mas esta colheita é a mais difícil da minha vida...

Ainda estou sendo provada como mãe. Deveria existir um livro de instruções que dissesse o que fazer e o que não fazer, com certeza. Mas são tantas teorias, práticas, experiências, tentativas e tudo o mais, que não sabemos onde pisar. Ainda mais quando se tem que tomar as decisões sozinha.

Achei que o melhor para o meu filho fosse ir para uma escolinha, ter contato com outras crianças, brincar mais, explorar toda a capacidade que sabemos que ele tem. Achei que isso fosse fazê-lo ser mais independente, ter mais segurança para fazer as coisas sozinho. Mas o que tem acontecido é exatamente o contrário: ele cada vez se agarra mais em mim, cada vez ele aceita menos a minha ausência, todos os dias ele chora ao ser deixado na escola.

Não sou uma mãe super protetora. Pelo menos não até onde eu sei e onde eu tento ser. A cada dia crio uma nova maneira de fazer com que ele vá sem chorar, uma criatividade sem tamanho. Achei que com o tempo isso passaria, mas ainda não passou. E não tem jeito, fico me perguntando: será que não estou agindo errado? Será que ele ainda não está pronto e eu o estou forçando? Cadê o caderninho com as respostas?

Ainda há outras questões assombrando minha cabecinha, mas ainda não estão maduras suficientemente para sair pelo mundo. Quem sabe depois que terminar o período de incubação?

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Thaty!

Será que não está acontecendo algo na escolinha que está deixando ele assim??

Concordo com vc... Maternidade infelizmente não vem com manual de instruções... Seria mais fácil se viesse! rssss

Beijos

Anônimo disse...

Oi, eu tb estava passando por situação semelhante.Mais a 10 meses decidi mudar.Não estava conseguindo emprego, decidi então estudar para concursos.Estudava numa média de 6 horas por dia, e finalmente os resultados apareceram.Já passei em dois concursos e agora que eu peguei o ritmo só vou parar quando chegar aonde eu quero.
Não desanima.Desejo a vc toda a sorte do mundo na sua procura.Lembre-se que existem fases ruins mas tb boas nas nossas vidas!!!