Final Feliz

quinta-feira, agosto 03, 2006

Há algumas semanas as tv e jornais de Brasília estavam divulgando a imagem de uma criança, que aparentava ter entre 2 e 3 anos, que estava no abrigo Nosso Lar. O motivo da divulgação era o fato de que dirigentes e assistentes sociais do abrigo concordavam em um ponto: este menino tinha aparência de ser bem cuidado, bem tratado. Não parecia com os casos que elas vêem diariamente por lá. Achavam que a criança pudesse ter se perdido ou ter sido sequestrada.

Tiago - o nome que recebeu no Nosso Lar - ficou no abrigo por 8 meses. Depois da exposição da mídia, a avó o reconheceu. Ela e a mãe do menino - que na verdade se chama Wesley Alexandre - achavam que a criança estava com parentes do pai, em Goiânia e não perdido. Na verdade, o pai o havia abandonado em Riacho Fundo (um bairro de Brasília).

Eu não sabia do longo caminho percorrido pela família (dna, audiências, etc). Na verdade, não sabia nem que haviam encontrado a família dele. Hoje, ao abrir o jornal, encontrei a matéria que reproduzo abaixo. Confesso que chorei quando a li. Talvez porque eu goste de finais felizes. Talvez porque o menino tenha a idade do meu filho. Ou talvez porque eu esteja mesmo me tornando uma boba de coração mole...:)

Emoção marca reencontro de Wesley com mãe e avó
Do CorreioWeb
02/08/2006

15h15-Um abraço carinhoso na avó. Esse foi o recomeço da história do garoto Wesley Alexandre, que hoje reencontrou os familiares após nove meses de separação. A criança, que foi chamada de Tiago no período em que permaneceu no Abrigo Nosso Lar, no Núcleo Bandeirante, foi abandonada pelo pai em novembro do ano passado, no Riacho Fundo II. Nesta manhã, expressões de medo e ansiedade se mesclavam nos rostos da avó Rita Pinheiro Lopes, 42 anos, da mãe de Wesley, Gleiciane Lopes, 16, e da tia Glecia Lopes. Elas chegaram ao abrigo às 9h30, para finalmente reverem o garoto. A adolescente carregava no colo a filha mais nova, de apenas um mês de vida.

Mãe e avó temiam que Wesley não as reconhecesse, após meses de separação. Enquanto várias crianças distraídas brincavam na quadra esportiva do abrigo, as três esperavam com os corações apertados e um nó na garganta. Do centro do gramado, puderam ver a aproximação de Wesley. Foi o suficiente para que o sentimento de apreensão desse lugar às lágrimas.

A criança foi deixada pela diretora do abrigo a apenas três metros da família. O momento era decisivo. Guiada pelo instinto, Rita agachou e chamou o neto. O menino caminhou lentamente em direção a ela e provou com uma única palavra que a distância não foi suficiente para apagar a memória do garoto. ?Vovó?. Essa foi a primeira palavra dita por ele. Em seguida, Wesley se entregou a um carinhoso abraço em dona Rita. A mãe teve que esperar ansiosa para enfim ter o filho nos braços.

A irmã do menino, ainda bebê de colo, recebeu um beijo do pequeno Wesley. Para dar mais intimidade ao encontro, duas funcionárias do abrigo pegaram o bebê e se afastaram. Por um momento ele não entendeu o que acontecia. Observou curioso o distanciamento delas. Parecia que queria segui-las. Mas decidiu ficar com a família.

?Quando eu o chamei ?vem para a vovó? e ele me reconheceu a alegria foi muita. Eu sabia que ia ver ele hoje, mas não esperava sentir isso tão forte?, revelou a avó.

O carinho demonstrado por Wesley pela avó foi marcante. Rita explica que cuidava do menino enquanto a filha ia para a escola. Por isso, ele teria reconhecido a avó e não a mãe. ?Eu tinha mais contato com ele, eu o criei até o pai pegar. A Gleiciane ia para a escola estudar?, lembra.

A emoção não se limitou à família de Wesley. As responsáveis pelo abrigo, que não descansaram enquanto não desvendaram a história do garoto, comemoraram o reencontro. ?Foi emocionante e um grande alívio. Nosso medo era que ele não reconhecesse a família. A história dele está recomeçando hoje?, afirma Marisa Mendes, diretora da creche. A assistente social Lucinda de França Soeiro, responsável por acompanhar o caso, preferiu não ver o reencontro. ?Disseram que foi emocionante, né? Eu não vi. Sou muito mole para chorar?, desabafou.

Lucinda acompanhou a ida da família ao abrigo e fez visitas temporárias à casa da avó, onde Wesley deve morar. Ela acredita que a volta dele para a família vai ser rápida, mas ainda é preciso resolver alguns detalhes, como uma creche perto da casa da avó. ?Agora eu vou buscar uma creche para ele no Recanto das Emas e também acho importante que a mãe volte a estudar e faça algum curso profissionalizante?, comentou a assistente social.

Permissão
A autorização para visitar Wesley foi concedida pela juíza substituta da Vara da Infância e da Juventude, Joana D?arc Medeiros, na última segunda-feira. Pela ordem judicial, todas as visitas têm que ser acompanhadas pela assistente social do abrigo, que irá fazer relatórios sobre os encontros. No dia da decisão da juíza, Gleiciane foi ao abrigo, mas não pôde entrar porque a assistente social não estava.

A Vara da Infância e Juventude entende que o período de adaptação por meio de visitas ao abrigo é necessário para avaliar as condições de a família recebê-lo de volta. Enquanto isso, Rita está ansiosa para que essa restrição termine logo. As três horas de visita foram poucas para matar a saudade. ?Vou rezar para domingo chegar logo. Eu quero o fim dessa história, já não agüento mais?, desabafa.

Justiça
Os meses de sofrimento sem a presença de Wesley não serão esquecidos por Rita tão cedo. Ela quer que o pai de Wesley, o jardineiro Ricardo Soares, 33 anos, responda por ter deixado o garato na rua. ?Se dependesse de mim, ele já estaria na cadeia. Eu quero justiça?. Ricardo foi indiciado pelo crime de abandono de incapaz. Se condenado, pode pegar até quatro anos de cadeia.

Adoção
Durante as semanas de angústia sobre a história de Wesley, mais de 50 pessoas procuraram o abrigo Nosso Lar para adotar a criança. ?Ligaram até do exterior. Sempre que nos procuraram nós lembrávamos que aqui não havia só o Wesley , mas também outras 69 crianças que precisam de carinho?, lembra a presidente do abrigo, Walkyria Braga de Oliveira, que trabalha na instituição desde sua criação há 34 anos.
Saiba mais:

3 comentários:

Anônimo disse...

Nossa...

Eu estava divulgando a foto do "tiago" até hoje no meu blog, e depois de uma ligação de uma senhora. que pude perceber que o menino foi encontrado....que ótima notícia...

Abraços
Neemias

Tuca disse...

Também fiquei feliz e emocionada com a notícia!!!!!
Que todas as crianças do mundo recebam amor e tenham paz no coração!!!!
Tuca Costa

PROJETO FINEP 2011 disse...

Pessoal a foto dele está recirculando pela internet acredita!!
bjo