Notícias da Regata de Volta ao Mundo - Volvo Ocean Race

quinta-feira, maio 04, 2006

Brasil 1 - A próxima etapa da VOR, entre Annapolis e Nova York, vai trazer boas lembranças para a maior parte dos velejadores do Brasil 1. Com apenas 400 milhas (740 km), a sexta perna da regata de volta ao mundo se parece muito com a tradicional Regata Santos-Rio, uma velha conhecida de todos os tripulantes brasileiros. Pelo menos na duração, menos de 48 horas.

?Velejei 16 vezes a Santos-Rio e acho que essa próxima etapa vai ser mais ou menos parecida. O percurso tem o dobro do tamanho, mas o barco também tem o dobro da velocidade então acaba empatando?, falou o proeiro Kiko Pellicano, medalha de bronze na classe Tornado nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996.

A etapa deve ser dividida em duas partes: uma dentro da Baía de Chesapeake e outra fora, já a caminho de Nova York. Os ventos, porém, devem ser fracos em ambas as partes. ?O Marcel fez um mini-briefing hoje e o vento deve ser fraco também quando sairmos da Baía. Além disso, devemos velejar bastante em vento e popa e isso é bom para nós?, avisa Kiko.

A previsão é de que os barcos completem o percurso em dois dias. ?Vai ser a mesma duração. Eu já fiz uma Santos-Rio em 23 horas, quando quebramos o recorde no tempo corrigido, mas também já fiz uma que durou 52?, lembra o proeiro. Com uma prova tão curta, o comandante Torben Grael já avisou que ninguém irá dormir a bordo. ?É uma etapa estratégica, então precisamos de manobras perfeitas e todos atentos o tempo inteiro, algo que não é possível se fizermos os turnos?, explica o bicampeão olímpico.

Por isso mesmo, a tripulação deve chegar desgastada em Nova York. ?Com certeza vamos chegar mais cansados do que em uma perna normal por causa disso. Vai ser tensão e trabalho o tempo todo?, avisa o timoneiro João Signorini. ?Se bem que, nas últimas etapas, temos ficado os últimos dois dias em alerta também?, lembra Pellicano.

Até quinta-feira, a tripulação está preparando o barco para as próximas duas etapas, Annapolis-Nova York e Nova York-Portsmouth, na Inglaterra. Como Nova York é um pit-stop, nada poderá ser embarcado na cidade. Todo o barco deve estar preparado para as duas etapas na saída de Annapolis, no domingo. Vamos lá galera!!

O proeiro do BR1, Andy Meiklejohn recebeu o prêmio de bravura no mar (Seamanship Award) na quinta etapa da regata, entre Rio de Janeiro e Baltimore. O neozelandês de 29 anos escalou o mastro durante uma tempestade, para desenroscar uma vela.

?Achei o prêmio muito merecido. O que o Andy fez mostrou realmente destemor. E não foi a primeira vez. Ele subiu no mastro outras duas vezes em condições muito difíceis. A primeira vez indo para Portugal e depois na primeira etapa. Não é fácil subir no alto da 'vara' com o mar mexido. É preciso realmente muita coragem?, elogiou o comandante, Torben Grael, ao entregar o prêmio.

Foi a segunda vez que um tripulante do Brasil 1 recebeu esse prêmio. Na segunda perna, André Bochecha ganhou o troféu após mergulhar nos gelados mares ao Sul da Austrália para recuperar pedaços do mastro do veleiro, que se partiu a mais de mil milhas de terra. Coisa de macho!!

Texto: Murillo Novaes

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